por Marcia Hirota
Presidente da Fundação SOS Mata Atlântica
e Luis Fernando Guedes Pinto
Diretor executivo da Fundação SOS Mata Atlântica
Um ano que valeu por muitos! Quantos acontecimentos, realizações e novidades. Em 2022, tivemos grandes mudanças institucionais, com trocas na presidência e na diretoria executiva da Fundação SOS Mata Atlântica e deslocamento da nossa sede de São Paulo para Itu, no interior do estado. O município escolhido já abrigava nosso Centro de Experimentos Florestais – que acaba de completar 15 anos e nesse período recebeu mais de 60 mil visitantes. Até o tetracampeão da Fórmula 1,
Sebastian Vettel, foi conhecer nossa nova casa em novembro.
Ao longo deste ano,
divulgamos 8 estudos, com destaque para os dados de desmatamento no bioma – além do
Atlas da Mata Atlântica, demos início ao
Sistema de Alertas de Desmatamento –; relatórios sobre a qualidade da água dos rios; uma análise sobre a
produção de alimentos no bioma e um artigo científico na revista
Perspectives in Ecology and Conservation com lições e experiências para evitar que a trajetória de destruição da Mata Atlântica se repita na Amazônia. Toda essa produção de conhecimento, além de posicionamentos e artigos da Fundação, teve grande destaque na imprensa, em veículos como
Jornal Nacional,
Folha de S.Paulo,
Valor Econômico,
CNN e
Deutsche Welle.
Participamos dos principais eventos ambientais mundiais, como a Conferência do Clima (COP22, no Egito) e a Conferência da Biodiversidade (COP15, no Canadá).
Nos tornamos parceiros oficiais da
Década da ONU da Restauração de Ecossistemas e nos alegramos com a escolha da Mata Atlântica como um dos
10 ecossistemas referência no tema. O bioma concorreu com 156 iniciativas e foi reconhecido pelas ações de restauração que já foram realizadas com sucesso e pelo grande potencial futuro. Esperamos que isso possa canalizar mais recursos, parcerias e projetos para a restauração da Mata Atlântica acontecer em maior escala e velocidade, o que é essencial para a conservação da biodiversidade, a mitigação e adaptação de mudanças climáticas, para a garantia de água e outros serviços ecossistêmicos essenciais para a população brasileira e para o planeta.
No âmbito político, as eleições dominaram o segundo semestre. Preparamos e divulgamos nossas recomendações aos candidatos, elencadas na carta
Retomar o Desenvolvimento. E trabalhamos arduamente, junto a outras organizações e parlamentares comprometidos com a causa, para evitar mais retrocessos no Congresso Nacional e barrar os projetos de lei antiambientais, com sucesso na maioria dos casos. Também dialogamos e oferecemos propostas à equipe de transição do novo governo.
2023 será um ano de reconstrução. Será preciso anular decretos e atos que desmantelaram a legislação ambiental brasileira e promover uma agenda ampla de descarbonização da economia, por meio de políticas alinhadas com a emergência climática e com a equidade socioambiental.
Nosso país se afastou da condição de potência e liderança ambiental planetária. Mas a emergência climática, além de ameaça, também representa chance para resgatar a liderança e abrir oportunidades para o desenvolvimento. O fim do desmatamento e a restauração dos ecossistemas são centrais para um futuro próspero e equitativo para os brasileiros.
Estamos convictos de que, para o país resgatar a credibilidade, é preciso dar prioridade ao meio ambiente. Faremos a nossa parte por um futuro mais verde e azul – porém não sozinhos. A cada passo estaremos bem acompanhados por nossos voluntários, doadores, parceiros, conselheiros e equipe aguerrida, a quem aproveitamos para agradecer todo apoio, empenho e dedicação.
Um 2023 com excelentes notícias para a Mata Atlântica e todos nós.