Sistema de Alertas de Desmatamento da Mata Atlântica

Dados consolidados de 2022 e 2023

Apesar de queda na tendência histórica, o desmatamento total identificado pelo SAD Mata Atlântica saltou de 74.556 para 81.356 hectares entre 2022 e 2023. É o equivalente a mais de 200 campos de futebol desmatados por dia em 2023.

O aumento foi significativo nas regiões de transição e em encraves com outros biomas, em especial no Cerrado e na Caatinga, e  principalmente na Bahia, no Piauí e no Mato Grosso do Sul. Essa perda, mesmo com todas as restrições ao desmatamento estabelecidas pela Lei da Mata Atlântica, se deu majoritariamente onde há expansão agrícola.

Setembro e outubro - 2023

O boletim indica que o desmatamento no bioma continua diminuindo. Nos meses de setembro e outubro de 2023, foram derrubados 1.513 hectares de floresta, contra 2.616 no mesmo período do ano anterior – uma redução de 42%.

Isso significa que, em dois meses, uma área verde equivalente a mais de mil campos de futebol deixou de ser destruída.

Um destaque do período foi a Operação Mata Atlântica em Pé, coordenada pelo Ministério Público do Paraná nos 17 estados onde o bioma ocorre, que encontrou 15.439 hectares com supressão ilegal de vegetação, resultando na aplicação de multas que somam mais de R$ 80 milhões.

Janeiro a Agosto de 2023

Dados consolidados para os primeiros oito meses do ano de 2023 mostram tendência de queda no desmatamento na Mata Atlântica. A área desmatada entre janeiro e agosto foi de 9.216 hectares, uma queda de 59% na comparação com o mesmo período de 2022. 
Esse dado leva em conta os limites do bioma estabelecidos pelo IBGE. Na área de aplicação da Lei da Mata Atlântica, que inclui encraves na Caatinga e no Cerrado – e há somente dados parciais do sistema de alertas –, a diminuição pode ser significantemente menor.

Dados consolidados de 2022

De janeiro a dezembro de 2022, o Sistema de Alertas de Desmatamentos (SAD), feito pela Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com o MapBiomas e ArcPlan, apontou a perda de 75.163 hectares de florestas jovens e maduras na Mata Atlântica, registrados em 9.982 alertas ao longo do ano. O dado é quase quatro vezes maior do que o identificado pelo Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, feito também pela SOS Mata Atlântica, mas em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A diferença é explicada pela qualidade da imagem: o SAD utiliza imagens de satélites mais novos, que conseguem enxergar numa precisão muito maior. Acesse o relatório interativo e veja a aba de perguntas frequentes para entender as metodologias.

Alertas de Desmatamento na Mata Atlântica | 3º semestre 2022

Entre agosto e outubro de 2022, a Mata Atlântica registrou 6.850 hectares desmatados, o equivalente a 75 campos de futebol por dia. O novo boletim do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) Mata Atlântica mostra que os estados com maior área desmatada no trimestre foram Minas Gerais e Piauí, que somam mais de 43% do total registrado. Os dados foram obtidos a partir de 1.117 alertas, abrangendo todo o mapa de aplicação da Lei da Mata Atlântica, numa realização da SOS Mata Atlântica, Arcplan e MapBiomas. Navegue pelos dados completos:

Alertas de Desmatamento na Mata Atlântica | 1º semestre 2022

Entre agosto e outubro de 2022, a Mata Atlântica registrou 6.850 hectares desmatados, o equivalente a 75 campos de futebol por dia. O novo boletim do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) Mata Atlântica mostra que os estados com maior área desmatada no trimestre foram Minas Gerais e Piauí, que somam mais de 43% do total registrado. Os dados foram obtidos a partir de 1.117 alertas, abrangendo todo o mapa de aplicação da Lei da Mata Atlântica, numa realização da SOS Mata Atlântica, Arcplan e MapBiomas. Navegue pelos dados completos: No primeiro semestre de 2022 foram identificados desmatamentos em 21.302 hectares de Mata Atlântica, destruição comparável à área de 117 campos de futebol por dia e correspondente à emissão de mais de 10,2 milhões de toneladas de CO2 equivalentes – medida utilizada para calcular as emissões de gases de efeito estufa, que agravam as mudanças climáticas. Os dados são do terceiro boletim do Sistema de Alerta de Desmatamentos (SAD) Mata Atlântica. Depois de duas edições piloto, essa foi a primeira vez que foram avaliados dados de toda área de aplicação da Lei da Mata Atlântica, nos 17 Estados com ocorrência do bioma. A nova ferramenta é capaz de monitorar áreas menores, constatando um novo padrão no desmatamento da Mata Atlântica: pequenos cortes de floresta natural, impondo novos desafios à fiscalização e responsabilização.

Alertas de Desmatamento na Mata Atlântica | Abril 2022

No segundo relatório do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) Mata Atlântica foram coletados e validados dados de todo o ano de 2021 em quatro regiões: as bacias hidrográficas do Rio Tietê (SP), do Rio Iguaçu (PR), do Rio Jequitinhonha (BH e MG) e dos rios Miranda e Aquidauana, na área do município de Bonito (MS). Consolidando as informações publicadas de forma piloto no primeiro relatório, divulgado em fevereiro, o sistema registrou 2.126 alertas que somam 10.751 mil hectares em áreas desmatadas. A partir do próximo relatório, toda a Mata Atlântica será monitorada seguindo os limites do mapa de aplicação da Lei da Mata Atlântica, com inclusão dos alertas já identificados desde o início deste ano.

Alertas de Desmatamento na Mata Atlântica | Fevereiro 2022

Este primeiro boletim do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) Mata Atlântica reúne alertas de desmatamento coletados e validados durante todo o ano de 2021, em adição aos desmatamentos já identificados no ano pelo Global Forest Watch (GFW), que foram a principal fonte de alertas mensais para o MapBiomas Alerta na Mata Atlântica. Isto é, são desmatamentos que representam um valor parcial do desmatamento da Mata Atlântica de 2021. Nesta primeira edição piloto reunimos somente os alertas de quatro regiões de grande relevância para o monitoramento do bioma: as bacias do Rio Tietê (São Paulo), do Rio Iguaçu (Paraná), do Rio Jequitinhonha (Bahia e Minas Gerais) e a região do município de Bonito (Mato Grosso do Sul). A partir do próximo relatório, todo o bioma será monitorado seguindo os limites do mapa de aplicação da Lei da Mata Atlântica, refinado pelo mapa de vegetação do IBGE na escala 1:250.000.
Conforme foi se aprimorando o monitoramento da cobertura florestal e do desmatamento do bioma, feito com sucesso pelo Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica (colaboração entre o INPE e a SOS Mata Atlântica desde 1989), o tamanho médio de cada área desmatada tem diminuído. Assim, tem sido comum a perda de muitas pequenas áreas menores que 3 hectares (ha) e em florestas jovens, em uma condição diferente do tradicionalmente monitorado pelo Atlas.

O fato é que o desmatamento persiste na Mata Atlântica, a floresta mais ameaçada e devastada do Brasil. Porém, o seu padrão se alterou nos últimos anos. Continuamos perdendo matas antigas e maduras, mas cada vez mais tem-se observado o corte de matas jovens, que estão em regeneração.

A evolução da tecnologia e a qualidade das imagens de satélite dos últimos anos permite um avanço no monitoramento do desmatamento. Assim, o Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) Mata Atlântica vem complementar o monitoramento anual do Atlas e aprimorar o sistema de monitoramento do desmatamento do bioma. Passará a gerar alertas com maior frequência (mensal), precisão (validação em imagens com 4 metros de resolução espacial) e detalhamento (desmatamentos acima de 0,3 hectare em qualquer fragmento florestal, independente do seu estágio de desenvolvimento e idade.

Todos os Alertas mensais serão sempre disponibilizados na plataforma MapBiomas Alerta, um sistema de validação e refinamento de alertas de desmatamento com imagens de alta resolução desenvolvido pelo MapBiomas, iniciativa de mapeamento dos biomas brasileiros realizada por uma rede colaborativa de especialistas e organizações, entre eles a Fundação SOS Mata Atlântica.

Além dos alertas mensais disponibilizados no MapBiomas Alerta, os resultados do monitoramento mensal serão publicados em boletins periódicos trimestrais ao longo do ano, disponibilizados neste site e divulgados pela SOS Mata Atlântica.

Para isso, serão usadas imagens de satélite Sentinel de alta resolução e inteligência artificial para a detecção e validação dos alertas de desmatamento, que incluirão informações sobre áreas desmatadas e apoiarão a atuação do IBAMA, dos estados (Secretarias e Polícias Ambientais) e dos Ministérios Públicos Estaduais, entre outros.

Cada alerta é validado com um laudo técnico que descreve, a partir da interpretação visual do entorno, se o desmatamento é para uso agropecuário, expansão urbana ou mineração. Além disso, o laudo vincula o desmatamento a um registro de Cadastro Ambiental Rural (CAR), caso ele exista.

O Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) Mata Atlântica é uma realização da Fundação SOS Mata Atlântica e Arcplan, em parceria com o MapBiomas. O primeiro relatório, divulgado em fevereiro de 2022, contou com o apoio da Flex Foundation.

Veja mais detalhes em "Perguntas Frequentes".



Realização

Apoio

É uma iniciativa para monitorar o desmatamento no bioma Mata Atlântica, a partir da geração de alertas de cortes de florestas identificados por imagens de satélite de alta resolução.

O principal objetivo é intensificar o monitoramento da cobertura florestal e contribuir para o fim do desmatamento na Mata Atlântica, ao identificar e reportar com agilidade cortes de floresta identificados com o uso de imagens de satélite de alta resolução.

O SAD Mata Atlântica foi desenvolvido para organizações públicas e privadas que contribuem para o combate e a fiscalização do desmatamento, com destaque para órgãos ambientais dos estados, municípios e nacionais e ministérios públicos. Também é dirigido para empresas que monitoram o desmatamento em suas cadeias produtivas, ONGs e pesquisadores com atuação na Mata Atlântica.

Matas em regeneração têm um papel muito importante para conectar os remanescentes de matas antigas e prover serviços ecossistêmicos, como a conservação da água. Muitas dessas áreas em regeneração são cortadas antes de alcançar os 10 anos de idade e atingir um estágio de maior maturidade, onde possam acumular mais carbono e abrigar maior biodiversidade. A conservação da Mata Atlântica depende de uma estratégia que combina a restauração com o plantio de árvores nativas, garantia da persistência de áreas em regeneração natural e do fim do desmatamento de florestas maduras.

O SAD Mata Atlântica utiliza uma identificação automatizada de indícios de desmatamento baseado na comparação entre imagens de satélite Sentinel 2 com 10 metros de resolução, utilizando a máscara de formações florestais do MapBiomas, que representa 31% da área de aplicação da Lei da Mata Atlântica. Esse método é capaz de identificar indícios de até 0,3 hectares, que são enviados para o MapBiomas Alerta e validados, refinados e auditados individualmente em imagens de alta resolução e cruzados com informações públicas incluindo as propriedades do Cadastro Ambiental Rural (CAR), embargos e autorizações de desmatamento do SINAFLOR/IBAMA para disponibilização em uma plataforma única, aberta e transparente que monitora todo território brasileiro.

O Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) Mata Atlântica é uma realização da Fundação SOS Mata Atlântica, Arcplan e MapBiomas. O primeiro relatório, divulgado em janeiro de 2022, contou com o apoio da Fundação Flex. Atualmente, conta também com apoio do Fundo Canadá.

O Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica é uma colaboração entre o INPE e a SOS Mata Atlântica que monitora desmatamentos em fragmentos de vegetação primária da Mata Atlântica maiores que 3 hectares usando imagens de satélite Landsat com 30 metros de resolução. Os dados são publicados anualmente, com uma série histórica de 30 anos. A existência da série histórica é importante para definição das políticas públicas para conservação e recuperação do bioma. O SAD Mata Atlântica monitora desmatamentos maiores que 0,3 ha em todos os fragmentos da Mata Atlântica e os envia para a plataforma do MapBiomas Alerta. Os alertas são validados mensalmente e os boletins publicados a cada 3 meses.  

O MapBiomas Alerta utilizava como fonte para validação os alertas de desmatamento do Atlas da SOS Mata Atlântica e do Global Forest Watch. Durante a execução foi identificado que existia uma omissão na identificação desses alertas por diversas questões regionais (sazonalidade, relevo, diversidade de uso, tipo de fisionomia floresta, áreas mínima mapeada, periodicidade da publicação, estágio de conservação da floresta, etc.). O SAD Mata Atlântica foi desenvolvido para ser uma fonte do MapBiomas Alerta mais ágil, precisa e adaptada ao bioma. Os alertas gerados pelo SAD Mata Atlântica são incorporados ao processo de validação, refinamento, cruzamento dos dados públicos de propriedades, embargos, ações e publicados no site do MapBiomas alerta e consolidados nos boletins do SAD Mata Atlântica da SOS Mata Atlântica.

Cada alerta é validado com um laudo técnico que descreve o desmatamento. A interpretação visual do entorno permite classificar se o desmatamento é para uso agropecuário, expansão urbana, mineração ou outros (para causas não identificadas).  O laudo vincula o desmatamento a um registro de CAR, caso ele exista.

O SAD Mata Atlântica gera alertas de desmatamento, mas não avalia a sua legalidade, o que deve ser feito pelas autoridades públicas competentes e esclarecido para a sociedade.

Os alertas do SAD Mata Atlântica serão incorporados ao MapBiomas Alerta, que garantirá a produção de laudos públicos, com informações detalhadas sobre cada desmatamento, como a existência de autorização e a identificação do imóvel.

Cabe destacar que, segundo a Lei da Mata Atlântica, desmatamentos somente podem ser aprovados em caráter excepcional, quando houver finalidade pública ou interesse social e devem ser necessariamente compensados com novos plantios.

O SAD Mata Atlântica pretende apoiar a tomada de decisão de órgãos de fiscalização ambiental, mas também de entidades que têm políticas mandatórias ou voluntárias para a compra de produtos ou financiamento de cadeias produtivas com desmatamento zero, como bancos, traders, supermercados e a indústria de alimentos, de madeira, celulose e de bioenergia.

A abordagem nos permitirá ter uma nova lente para monitorar as florestas da Mata Atlântica e colaborar para o fim definitivo do seu desmatamento, o que é essencial para a mitigação das mudanças climáticas, para a conservação da água e da biodiversidade e para a prosperidade do Brasil.

Uma grande parte dos produtores rurais cumpre com as leis ambientais e tem aumentado a produção agropecuária investindo em tecnologia, qualificação e técnicas sustentáveis.

A expansão das cidades deve seguir os seus Planos Diretores, visando proteger as áreas verdes e florestas de mananciais. O SAD Mata Atlântica entra no contexto de aumentar a transparência, a disponibilidade de informações públicas para permitir que os órgãos competentes realizem uma verificação sobre a legalidade e eventual autuação, embargo, bloqueio do financiamento rural e bloqueio da comercialização da produção agropecuária propriedades que atuem de forma ilegal.

Os estados de Minas Gerais, Bahia, Paraná e Mato Grosso do Sul estão entre os campeões do Mata Atlântica nos últimos anos. Nestes estados escolhemos bacias hidrográficas onde o desmatamento costuma ser mais crítico, principalmente em função da expansão agropecuária. A bacia do Rio Tietê em São Paulo não está entre as regiões de maior desmatamento do Brasil, mas tem a particularidade de ser uma região de metrópoles e grandes cidades, onde a expansão urbana também ameaça a Mata Atlântica.