O Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica é uma colaboração entre a Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (
INPE) que monitora a vegetação nativa do bioma desde 1989.
A edição mais recente (19ª) foi lançada em maio de 2024 e identificou uma perda de 14.697 hectares (cada hectare equivale à área média de um campo de futebol) de florestas nativas no período observado (2022-2023). Contou com o patrocínio do Bradesco e da Fundação Hempel e apoio técnico da Arcplan.
Embora esse número represente uma redução de 27% em relação ao período anterior e confirme uma tendência de queda na taxa de desmatamento no bioma nos últimos anos, o deflorestamento ainda é grande, principalmente em áreas de transição ou cercadas por outros biomas, como Cerrado e Caatinga.
O relatório anual é uma referência no conhecimento sobre o desmatamento da Mata Atlântica e tem contribuído ao longo de suas edições na identificação das regiões mais críticas –, mais devastadas e mais ameaçadas –, à pesquisa e ao conhecimento, bem como para a atuação dos órgãos ambientais e Ministérios Públicos dos 17 estados abrangidos pelo bioma.
O Atlas monitora, atualmente, fragmentos florestais mais preservados, maiores que 3 hectares, com dossel de copas fechado e sem sinais de degradação –, como estradas e solo exposto –, a partir de interpretação visual de imagens de satélite Landsat. Estes são os fragmentos considerados em melhor estado de conservação ou florestas mais maduras, com maior biodiversidade e estoque de carbono.
O Atlas passou por inúmeros aprimoramentos ao longo dos anos, acompanhando a evolução tecnológica, e desde 2010 mantém uma base de mapeamento fixa para monitorar os fragmentos florestais com esta característica. E, em quatro estados (SP, RJ, PR e SC) identifica fragmentos florestais e desmatamentos maiores que 1 hectare.
Por meio das informações geradas no Atlas, a Fundação SOS Mata Atlântica espera contribuir com o conhecimento necessário para subsidiar estratégias e ações e políticas públicas de conservação e restauração do bioma – considerado um dos mais ricos em biodiversidade e um dos mais amaçados também. Embora o Atlas não tenha o propósito de investigar a legalidade dos desmatamentos detectados, os dados são fornecidos a autoridades públicas para que tomem as medidas de fiscalização necessária, em consonância às normas da Lei da Mata Atlântica.
Nunca é demais recordar que este é o único bioma brasileiro protegido por uma lei especial, a Lei da Mata Atlântica, e o primeiro a ser monitorado por imagens de satélite desde o lançamento do Atlas dos Remanescentes Florestais. Pela importância da Mata Atlântica, devemos garantir a proteção e o desmatamento zero das florestas nativas e incentivar a sua conexão com a restauração da mata.
A recuperação de áreas florestais é fundamental para o bioma e para mitigarmos as mudanças climáticas. Iniciativas internacionais já apontam a Mata Atlântica como uma das prioridades mundiais para restauração florestal, combinando sequestro de carbono e proteção da biodiversidade e da água. Assim, também em consonância com a Década de Restauração dos Ecossistemas da ONU, a Fundação SOS Mata Atlântica promove uma série de esforços e iniciativas que visam recuperar a floresta, em parceria com empresas engajadas e comprometidas.
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