A Aliança para a Conservação da Mata Atlântica, uma parceria entre as ONGs Conservação Internacional e Fundação SOS Mata Atlântica, divulga os vencedores da
12ª edição do Prêmio de Reportagem sobre a Mata Atlântica. O anúncio aconteceu na última quarta-feira (9/10), durante cerimônia realizada na pizzaria Bendita Hora, em Perdizes, São Paulo. Na ocasião, foram apresentados os vencedores das categorias Jornal Impresso, Televisão e Revista, além da Menção Honrosa Marinha, uma votação online que elegeu o veículo de comunicação que mais se destacou na cobertura de temas ligados à conservação do mar e da costa brasileiros.
A iniciativa existe no Brasil desde 2001 e tem o objetivo de promover o jornalismo ambiental no Brasil, fomentar a produção de reportagens sobre a Mata Atlântica e reconhecer a excelência profissional de jornalistas que cobrem temas ambientais. O Prêmio conta com o patrocínio de Bradesco Capitalização e apoio da TAM.
Este ano, o Prêmio recebeu 108 inscrições, sendo 43 matérias na categoria Jornal Impresso, 36 reportagens na categoria Televisão e 29 matérias na categoria Revista. Confira os vencedores:
Menção Honrosa Marinha:
TV Globo, programa Globo Mar: Ernesto Paglia, repórter, e Cristina Piasentini, diretora de jornalismo da TV Globo em SP, representaram a equipe.
“Estamos muito honrados com esse prêmio. Sou um grande amante do mar e me sinto agradecido por esse reconhecimento e que continuemos nesse trabalho para merecer novos prêmios”, disse Ernesto Paglia.
Roberto Klabin, da SOS Mata Atlântica, com Cristina Piasentini e Ernesto Paglia, da TV Globo
Jornal Impresso:
- 1º lugar - Giovana Girardi, do jornal O Estado de S. Paulo, com a matéria “Cacau tenta renascer com lema de protetor da Mata Atlântica” (publicada em julho de 2012).
“Fiquei muito feliz por ter recebido o prêmio, é a segunda vez que eu ganho, bicampeã. Mas da primeira vez que ganhei, estava em uma revista. Com a concorrência entre Jornal e Revista separadamente, os jornais têm oportunidade para suas matérias, o que dá mais força. Então, achei muito legal ganhar um prêmio da área ambiental com uma matéria boa em jornal. Isso mostra como os jornais, dando espaço para ambiente, têm condições de concorrer com outros veículos. É possível fazer matérias com investimento e profundidade também em jornal e ganhar prêmios. Essa valorização para a cobertura ambiental em jornal é a minha maior alegria", disse Giovana Girardi.
- 2º lugar - Suzana Fonseca Lopes, do jornal A Tribuna, com a matéria “Despejados do paraíso” (publicada em junho de 2012).
“Fiquei bastante feliz e honrada pela premiação. Não era esperado, foi o primeiro ano que me inscrevi no prêmio, fiquei sabendo por uma ligação. Não escrevo só para meio ambiente, minhas matérias são de temas variados e a matéria premiada é uma série de reportagem do litoral sul”, disse Suzana Fonseca Lopes.
- 3º lugar - Silvio Pinto Anunciação Neto, do Jornal da Unicamp, com a matéria “Paraty está aqui” (publicada em junho de 2012).
“Prêmios que reconhecem o jornalismo ambiental no Brasil são de extrema importância para a sociedade. Servem como um estímulo para que, cada vez mais, sejam divulgadas as situações relacionadas ao meio ambiente. Esse prêmio já está consolidado e parabenizo as organizações realizadoras do Prêmio. Primeira vez que me escrevo e já fui finalista”, disse Silvio Pinto Anunciação Neto.
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Revista:
- 1º lugar - André Gomes Julião, da revista National Geographic Brasil, com a matéria “Ilha do medo” (publicada em maio de 2012).
“Estou há cinco anos na cobertura ambiental e sempre acompanhei esse prêmio, lia as matérias vencedoras e pensava ‘Quem sabe um dia participo e ganho?’. O trabalho da CI-Brasil e SOS Mata Atlântica sempre me pautaram como referência e fico feliz por ter ganho dessa vez”, disse André Gomes Julião.
- 2º lugar - Liana John, da revista National Geographic Brasil, com a matéria “Os bons frutos da Economia Verde” (publicada em junho de 2012).
“Uma característica muito importante dos jornalistas ambientais é o desafio de lidar com os altos e baixos do espaço para a cobertura ambiental. O jornalista ambiental tem que ser insistente e teimoso. Esse prêmio reconhece o valor dessa teimosia é muito importante esse reconhecimento”, disse Liana John.
- 3º lugar - Maria Guimarães, da revista Pesquisa Fapesp, com a matéria “Ramificações ancestrais” (publicada em junho 2012).
“Acho que esse prêmio tem duas características que são bem importantes. A primeira é a de dar reconhecimento para os veículos que divulgam a causa da Mata Atlântica e aqueles que estão de fora percebem que isso é importante e valorizado. Por outro lado, essa reunião da entrega do prêmio é sempre inspiradora para ver quem são as pessoas e de conversar com todos. Tenho muito carinho por esse prêmio”, disse Maria Guimarães.
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Televisão:
- 1º lugar - Claudia Tavares, do programa Repórter Eco da Cultura, da TV Cultura, com a reportagem “Serviços Ambientais” (exibida em maio de 2012).
“Estou muito emocionada, quase 22 anos após o início do Repórter Eco. Cada prêmio vencido reafirma que estamos no caminho certo e que não é difícil continuar. Dedico este prêmio a toda a equipe que se empenha muito e a todos que já passaram pelo Repórter Eco. Somos uma referência na TV Cultura e na TV brasileira”, disse Claudia Tavares.
- 2º lugar - Silvia Martinez, do programa Good News, da Rede TV!, com a reportagem “Mico Leão Dourado” (exibida em março de 2013).
“O fato de ter recebido o prêmio mostra que o programa está no caminho certo. Já nos tornamos mais um canal de comunicação e divulgação sobre preservação, isso é o mais importante. É um reconhecimento do trabalho da equipe. Isso reforça a importância de uma emissora deixar uma equipe como a nossa fazer um programa desse tipo. É uma causa em que a equipe acredita. Não tratamos a questão do meio ambiente como trabalho, é a nossa paixão e temos a chance de trabalhar com o que gostamos”, disse Silvia Martinez.
- 3º lugar - Luiz Antonio Malavolta, da TV Record, com a reportagem “Máfia transforma o palmito da Mata Atlântica em algo altamente lucrativo” (exibida em fevereiro de 2013).
“Todo ano participamos do prêmio. Temos insistido em uma tese de que a mobilização pela Mata Atlântica é muito importante e torna os problemas visíveis. Então, procuramos sempre chamar a atenção com as denúncias. Essa matéria sobre a máfia do palmito, por exemplo, trouxe importantes consequências. A denúncia também gera resultado e esse prêmio deixou isso claro. Logo após a veiculação da nossa matéria, a Polícia Ambiental de Santa Catarina autuou mais de 50 extratores de palmito na Serra do Mar e prenderam alguns. Mas, o que percebemos é que essas pessoas fazem isso por pura sobrevivência. A maioria das regiões onde isso acontece é onde o Estado está ausente. Em Santa Catarina, por exemplo, os municípios liberaram a extração de palmito para qualquer pessoa", disse Luiz Antonio Malavolta.
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Os vencedores das três categorias receberam premiação em dinheiro, um certificado e um troféu sustentável, elaborado com algodão orgânico tingido com tintas naturais e madeiras caídas na natureza. Os primeiros, segundos e terceiros colocados em cada categoria receberam R$ 10.000,00, R$ 5.000,00 e R$ 2.500,00 respectivamente.