A
Estação Ecológica Tupinambás e o
Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes ganharam neste mês o importante
Prêmio Blue Park nível ouro pela excepcional conservação da vida marinha. As Áreas Protegidas Marinhas (APMs) do litoral de São Paulo foram reconhecidas pelo Marine Conservation Institute no
5º Congresso Internacional de Áreas Marinhas Protegidas.
“O Refúgio de Alcatrazes é uma das áreas marinhas protegidas mais jovens do Brasil. Sermos reconhecidos como Blue Park ao lado das principais áreas marinhas do mundo é para nós uma grande honra e nos motiva a seguirmos enfrentando os desafios para conservar a biodiversidade e contribuir para a manutenção dos serviços ecossistêmicos marinhos, tão essenciais para a qualidade de vida no planeta”, relata
Kelen Luciana Leite, chefe das APMs que recebeu o prêmio das mãos de representantes do Blue Parks Science Council e do presidente do Marine Conservation Institute, Dr. Lance Morgan.
“Para a equipe, conselheiros, pesquisadores, voluntários e parceiros que se engajaram na proteção de Alcatrazes, esse reconhecimento valoriza o esforço de cada um e nos mostra que quando sonhamos juntos somos imbatíveis. Seguimos esperançosos de que as nossas unidades sejam cada vez mais efetivas, geridas com base em conhecimento científico, e em parceria com a sociedade local, pois toda vez que fazemos nossa parte, a natureza responde e se revigora” expressou Leite.
As AMPs agora fazem parte de uma rede de 27 Blue Parks premiados em todo o mundo, que atenderam aos mais altos padrões científicos de eficácia de conservação.
Refúgios da vida marinha
A estação e o arquipélago estão inseridos na Mata Atlântica, a cerca de 35 km da costa do município de São Sebastião. Protegem mais de 700 km² de ambientes recifais de corais rasos tropicais, costões rochosos, espécies insulares endêmicas (que só existem ali), ninhais e áreas de águas profundas. São algumas das áreas mais preservadas do Brasil e tornaram-se um local de referência único para estudos científicos e monitoramento ambiental.
Localizadas na confluência de duas correntes oceânicas, as águas de Alcatrazes são ricas em nutrientes e contêm uma rica diversidade de espécies de águas frias e quentes, incluindo uma variedade de corais raros e únicos. As ilhas e águas que circundam o Arquipélago dos Alcatrazes são importantes criadouros de aves marinhas, tartarugas, tubarões e diversas espécies ameaças de extinção.
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Arquipélago de Alcatrazes abriga diversas espécies marinhas ameaças. Foto: Thais Rodrigues.
Embora a Estação Ecológica Tupinambás exista desde 1987, com um uso mais restritivo, o Refúgio Nacional de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes só foi criado em 2016, após décadas de pesquisas científicas e campanhas públicas para proteger os ecossistemas do Arquipélago, conciliando a preservação ambiental com interesses sociais e abrindo as áreas para turismo de baixo impacto.
Essas duas Unidades de Conservação são geridas pela equipe do Núcleo de Gestão Integrada de Alcatrazes, vinculado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, o ICMBio, autarquia do Ministério do Meio Ambiente. Desde 2007, a Fundação SOS Mata Atlântica é parceira do ICMBio no apoio as Unidades de Conservação. E de 2017 a 202, a Fundação e o ICMBio assinaram um Acordo de Cooperação para apoiar especificamente o arquipélago de Alcatrazes, especialmente na implementação do Plano de Manejo da unidade.
Tupinambás e Abrolhos são os segundos Blue Park premiados no Brasil – o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos conquistou o título em 2020.