Apoie nossas
causas
Se mantenha informado de nossas ações
28 de May de 2024
A Fundação SOS Mata Atlântica realizou na noite desta segunda, 27 de maio de 2024, e Dia Nacional da Mata Atlântica, a solinidade do Viva a Mata. Realizado há quase 20 anos, o já tradicional evento tem a proposta de promover o encontro entre pessoas que lutam pela Mata Atlântica - bioma que, infelizmente, segue sendo o mais devastado do país.
A condução da cerimônia ficou por conta de Duda Nascimento Santos, "filha e neta de pescadores artesanais na região da Costa dos Corais", como se autodescreveu. Formada em Direito pela Universidade Federal de Alagoas, pós-graduada em Direito Ambiental, atua desde os 9 anos em ações socioambientais, trabalhando como advogada ambiental e Coordenadora de gestão socioambiental da secretaria de meio ambiente de São Miguel dos Milagres.
Duda dividiu palco com Hugo Fernandes, biólogo PhD e professor na Universidade Estadual do Ceará, além de orientador na Universidade Federal do Ceará e na Universidade Federal de Minas Gerais. É divulgador científico há 13 anos, tentando traduzir e aproximar as pessoas da ciência e dos temas ambientais.
Um público de quase 300 pessoas encheu o auditório do lounge Bienal, no Parque Ibirapuera, e outros mais acompanharam pela transmissão ao vivo do evento nos canais da Fundação. Entre as autoridades presentes estiveram André Lima, representando a ministra Marina Silva; o deputado federal Nilto Tatto; a deputada estadual Marina Helou; representantes das secretarias de meio ambiente dos estados da Mata Atlântica e diretores e coordenadores de organizações ambientalistas, além de ex-diretores e conselheiros da própria SOS Mata Atlântica. Também marcaram presença os atores Humberto Carrão e Adanilo Reis, ambos da novela Renascer, da rede Globo.
Sob o mote "Parte de Você", este Viva a Mata chamou atenção para a enorme diversidade que compõe a Mata Atlântica, seja social, biológica ou cultural, e também para a necessidade de todos se engajarem em sua defesa. Neste sentido, foram homenageadas histórias de vida inspiradoras, de pessoas e comunidades que já contribuíram em muito para preservação do bioma. Foram elas:
Julia Zanin Shimbo, pesquisadora, cientista e gestora. Ela é Coordenadora Científica do MapBiomas, uma rede colaborativa de mais de 85 organizações no Brasil e em outros 13 países que monitora o uso da terra para promover o manejo sustentável dos recursos naturais e o combate às mudanças climáticas. Ecóloga com mestrado em Geociências e doutorado em Ecologia, trabalha principalmente na compreensão das mudanças no uso da terra nos trópicos e seus impactos nas mudanças climáticas, nos ecossistemas e nas pessoas. É também pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e integrante da equipe do setor de Mudanças no Uso da Terra do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG).
Povo Guarani do Jaraguá, em homenagem coletiva, por sua indissociável relação com a Mata Atlântica, representada por três iniciativas: a brigada que combate incêndios florestais; a escola que ensina os valores da natureza, e que monitora com seus estudantes a qualidade da água do seu rio; e o trabalho de difusão de saberes tradicionais, em espaços de intercâmbio com outras culturas.
Claudio Sampaio "Buia", biólogo, doutor em Zoologia, professor associado e coordenador do Laboratório de Ictiologia e Conservação da Universidade Federal de Alagoas. Entre os temas no qual trabalha estão história natural, conservação, espécies invasoras, educação ambiental, peixes e recifes de coral. É também coordenador do Projeto Meros do Brasil em Alagoas e, entre muitas outras atividades, parceiro e voluntário do projeto Observando os Rios, da SOS Mata Atlântica.
Raquel e Nicholas Locke, casal de estrangeiros que se apaixonaram pela Mata Atlântica e fundaram a REGUA - Reserva Ecológica de Guapiaçu, no Rio de Janeiro. A reserva, além de preservar os remanescentes do bioma, desenvolve trabalhos de reintrodução de fauna, pesquisa e educação ambiental.
Mariana Roseira, aposentada após 17 anos de trabalho na Fundação SOS Mata Atlântica. Ela chegou antes de a organização ter seu viveiro de mudas nativas. Acompanhou sua construção e passou a trabalhar lá, no Centro de Experimentos Florestais, onde nos últimos anos foi a supervisora de uma equipe majoritariamente feminina. Detalhista e dedicada, seu trabalho deu muitos frutos, utilizados em projetos de restauração florestal. Antes disso, venceu muitos outros desafios pessoais e profissionais, tendo trabalhado como cortadora de cana e na lavoura de café.
O Viva a Mata teve a parceria do Bradesco e o apoio da biO2, Eletromídia, Globo, Heineken, Juçaí, Latam e Tarapacá para sua realização.