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26 de January de 2016
A Fundação SOS Mata Atlântica divulgou laudo técnico com resultados obtidos em Expedição pela bacia do rio Doce. Dos 18 pontos analisados em campo, 16 apresentaram o IQA (Índice de Qualidade da Água) péssimo, e 2, regular. Relatório aponta que a água está imprópria para o consumo em todo o trecho analisado.
A equipe da Fundação SOS Mata Atlântica realizou de 6 a 12 de dezembro de 2015 uma expedição pelos municípios afetados pelo rompimento da barragem na cidade de Mariana (MG), com o objetivo de coletar sedimentos para análises laboratoriais e monitorar a qualidade da água do rio Doce e afluentes impactados pela lama e rejeitos de minérios. Ao todo, foram analisados 18 pontos em campo, percorridos 29 municípios e coletados 29 amostras de lama e água para análise em laboratório. Desses 18 pontos, 16 apresentaram o IQA (Índice de Qualidade da Água) péssimo e 2 obtiveram índice regular. Malu Ribeiro, coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica, afirma que a expedição constatou que condição ambiental do rio Doce é péssima em 650 km de rios. “Em todo o trecho percorrido e analisado por nossa equipe a água está imprópria para o consumo humano e de animais”, observa. O estudo aponta que a turbidez e o total de sólidos em suspensão estão em concentrações muito acima do que estabelece a legislação. Ela variou de 5.150 NTU (Nephelometric Turbidity Unit, unidade matemática utilizada na medição da turbidez) na região de Bento Rodrigues e Barra Longa, à 1.220 NTU em Ipatinga (MG), aumentando gradativamente na região da foz, em Regência (ES). “O máximo aceitável deveria ser de 40 NTU”, diz Malu. Segundo ela, os dados reforçam a gravidade do dano ambiental. “Infelizmente, as chuvas acabam por arrastar mais lama para o leito do rio e a situação tende a ficar ainda mais complicada. A lama e os metais pesados não mascararam ou diminuíram as concentrações de poluentes provenientes de esgoto sem tratamento e de insumos agrícolas”, afirma. A coordenadora ressalta, ainda, que o rio Doce já apresentava uma condição precária antes do rompimento da barragem de rejeito de minério. “Agora, com base no monitoramento que vem sendo realizado de forma independente pela sociedade e por autoridades, esperamos que seja possível planejar ações de recuperação de médio e longo prazo para a bacia”, conclui. [caption id="attachment_104428" align="alignnone" width="551"] Trajeto percorrido pela expedição. Imagem: SOS Mata Atlântica/ INPE.