SOS Mata Atlântica leva dados inéditos à COP29 e discute a centralidade do bioma na mitigação das mudanças climáticas

11 de November de 2024

A Fundação SOS Mata Atlântica participa da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2024 (COP29), em Baku, no Azerbaijão, levando ao principal fórum internacional sobre o tema a urgência de ações para proteger e restaurar o bioma mais ameaçado do Brasil e a relevância da integração entre políticas de água e clima. 

Durante o evento, serão apresentados dados inéditos sobre o desmatamento da Mata Atlântica no primeiro semestre de 2023, reunidos pelo Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) Mata Atlântica. Com apenas 24% da sua cobertura florestal original preservada, segundo o MapBiomas, o bioma abriga a maioria da população brasileira e concentra grande parte da economia nacional – o que ressalta sua importância estratégica para o futuro do país.

Entre os destaques da programação está o debate "Água e Clima: Soluções e Governança", no Pavilhão Brasil. Nele serão apresentados dados da perda de volume de água na Mata Atlântica e demais biomas brasileiros e a defesa de que o financiamento climático precisa trazer condições para as cidades se adaptarem para garantir a segurança hídrica e reduzir os impactos dos eventos extremos, como enchentes e deslizamentos. Como exemplo, será abordada a parceria entre a SOS Mata Atlântica e a Heineken, que promoveu a restauração florestal em Itu com o principal objetivo de conservar a água. O evento ocorre no dia 16 de novembro, sábado, às 16h15 (horário local), com mediação de Malu Ribeiro, diretora de políticas públicas da Fundação.

“No Brasil e no mundo, a gestão sustentável da água é essencial para garantir segurança hídrica, alimentar e energética, além de reduzir os impactos de eventos extremos, como secas e inundações. A integração entre políticas de água e clima é fundamental para promover resiliência em ecossistemas e sociedades, contribuindo para alcançar as metas globais de adaptação e mitigação climática debatidas na COP29”, afirma Malu.

Além disso, no dia 13 de novembro, quarta-feira, às 15h, Afra Balazina, diretora de mobilização da SOS Mata Atlântica, participará de painel no Action on Food Hub, espaço na Blue Zone dedicado a conectar alimentação e clima. Segundo levantamento realizado pela organização, embora detenha apenas 27% do total da área agropecuária do Brasil, a Mata Atlântica, bioma presente em 15% da área terrestre do país, é responsável por aproximadamente a metade da produção de alimentos para consumo direto da população brasileira. A conversa abordará a agricultura regenerativa e o papel da restauração florestal como aliado da produção agrícola. 

A Fundação também apoiará, no dia 21 de novembro, terça-feira, às 18h30 (horário local), o side event oficial “From Baku to Belém: How Brazil will deliver more ambitious climate policy and lead by example?”. O evento vai reunir especialistas para discutir a necessidade de compromissos climáticos mais ambiciosos, alinhados à meta de 1,5°C. 

Com uma agenda ampla e estratégica, a SOS Mata Atlântica busca destacar a centralidade do bioma nas soluções climáticas e hídricas para o Brasil, reafirmando seu compromisso com a preservação ambiental e o combate aos efeitos da crise climática. A proteção e o recuperação da Mata Atlântica, apontada pela ONU (Organização das Nações Unidas) como uma da 10 Iniciativas de Referência da Década da Restauração de Ecossistemas, são fundamentais para a garantia de serviços ecossistêmicos – como água, alimentos, saúde e bem-estar nas cidades.

“Para o Brasil cumprir os compromissos firmados no Acordo de Paris, devemos alcançar o desmatamento zero em todos os biomas até 2030. A Mata Atlântica tem o potencial de ser o primeiro bioma brasileiro a fazer isso, com a chance de se tornar uma referência para o país e para o mundo no combate às crises ambientais e climáticas”, explica Luís Fernando Guedes Pinto, diretor executivo da SOS Mata Atlântica.

A COP29 acontece entre 11 e 22 de novembro de 2024.

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