A Fundação SOS Mata Atlântica participa da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 (COP28) com três painéis, sendo dois na programação oficial do Pavilhão Brasil e um evento paralelo (side event). A organização vai levar ao principal fórum internacional para negociações e decisões sobre clima a importância da restauração e do combate ao desmatamento da Mata Atlântica para o Brasil e para o mundo, tendo como base novos dados e evidências.Entre eles os números do novo boletim do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) Mata Atlântica, abrangendo os oito primeiros meses de 2023, que reforçam a tendência de redução significativa no desflorestamento do bioma já observada desde o início do ano. Os dados – consolidados na plataforma MapBiomas Alerta a partir de uma parceria entre a Fundação SOS Mata Atlântica, a Arcplan e o MapBiomas – apontam que a área desmatada entre janeiro e agosto deste ano foi de 9.216 hectares, uma queda de 59% na comparação com o mesmo período de 2022. Por outro lado, os dados mostram também um aumento do desmatamento nas fronteiras com o Cerrado e a Caatinga.“Além de levar os dados sobre a redução do desflorestamento na Mata Atlântica, vamos falar sobre a restauração florestal e mostrar como é importante alcançar o desmatamento zero e promover a recuperação do bioma para enfrentar tanto a crise do clima quanto a da biodiversidade”, afirma Luís Fernando Guedes Pinto, diretor executivo da Fundação SOS Mata Atlântica. Os quase 200 países participantes avaliarão como está o cumprimento do Acordo de Paris – que diz que é preciso limitar a emissão de gases-estufa no planeta para ter um aquecimento de 1,5ºC ou de no máximo 2ºC até o final deste século. “Nesta COP nós teremos o primeiro balanço de onde nós estamos em relação ao Acordo de Paris. Os países devem apresentar o que fizeram e trazer uma nova meta mais ambiciosa. Infelizmente foi feito muito pouco e estamos numa trajetória de aumento das emissões ainda e de aumento da temperatura de mais de 2°C, até 3°C, o que já resulta em muitos problemas e eventos climáticos extremos como os que a gente tem vivido no Brasil recentemente”, ressalta Guedes Pinto. O encontro também vai tratar do fim do uso dos combustíveis fósseis. “É possível o mundo se comprometer a não queimar mais petróleo e carvão a partir de determinada data – o que é urgente e necessário. É um tema muito polêmico e que estará em discussão na COP28”, diz ele. Agenda de eventosO primeiro evento da SOS Mata Atlântica na COP28 será Florestas, bioeconomia e desenvolvimento: o que une e o que diferencia os biomas brasileiros, que acontece no Pavilhão Brasil no sábado, 2 de dezembro, às 13h30 (GST). Luís Fernando Guedes Pinto, diretor executivo da organização, se juntará a representantes de outras organizações para debater as complexidades e oportunidades associadas aos diversos ecossistemas brasileiros. Por meio de uma abordagem integrada e inclusiva, estarão em pauta as interconexões entre florestas, bioeconomia e desenvolvimento sustentável, incluindo desafios, oportunidades e experiências. Também participam da mesa Gustavo Figueirôa, do Instituto SOS Pantanal, Maria de Lourdes Nascimento, coordenadora-geral da Rede Cerrado, e Braulina Baniwa, da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA). O governador Renato Casagrande, do Espírito Santo, também participará do painel. Depois, na sexta-feira, dia 8, às 15h (GST), a SOS Mata Atlântica será uma das organizadoras do side eventBrazilian emissions: on track to COP30?, discutindo as estimativas mais recentes sobre as emissões de gases de efeito estufa no Brasil, o sexto maior poluidor do mundo e o anfitrião da COP30, que será realizada em Belém (PA) em 2025. Guedes Pinto vai apresentar os últimos dados do desflorestamento da Mata Atlântica e o mapa do caminho para o desmatamento zero no bioma. Os outros participantes serão David Tsai e Marcio Astrini, do Observatório do Clima, Isabel Garcia Drigo, do Imaflora, Brenda Brito, do Imazon, e Ane Alencar, do IPAM.Por fim, em 10 de dezembro, às 18h (GST), novamente no Pavilhão Brasil, o tema será Mata Atlântica – De bioma ameaçado à solução para o clima. O evento cultural, guiado por Malu Ribeiro, diretora de políticas públicas da SOS Mata Atlântica, vai girar em torno de como o bioma mais devastado do Brasil, explorado há mais de 500 anos, pode se tornar um exemplo global para a proteção e a recuperação de florestas ameaçadas, além de contribuir para o enfrentamento da crise climática e garantir água, alimentos, saúde e bem-estar à população.A liderança indígena Shirley Krenak fará uma performance que une os temas espiritualidade, preservação e biodiversidade na instalação Os Sons que Curam. E o encerramento caberá a Smith DJ, brasileiro radicado em Dubai, que trará repertório de músicas brasileiras. No telão, poemas de Carlos Drummond de Andrade sobre espécies e paisagens da Mata Atlântica. O senador Fabiano Contarato (PT, ES) destacará os esforços legais voltados à proteção e restauração da Mata Atlântica. A Fundação estará ainda envolvida em dois eventos promovidos pela Frente Parlamentar Ambientalista do Congresso Nacional: em 2 de dezembro, às 10h30 (GST), no painel Como o Legislativo e o Judiciário podem garantir o cumprimento do Acordo de Paris?, no Pavilhão Brasil; e em 3 de dezembro, às 12h (GST), em O papel do Legislativo no enfrentamento à crise climática, no Parliamentarians Pavilion, refletindo o compromisso da organização em colaborar com instâncias legislativas na busca por soluções eficazes para os desafios ambientais e climáticos.EventosEvento 1: Florestas, Bioeconomia e Desenvolvimento: O que une e o que diferencia os biomas brasileirosData: Sábado, 2 de dezembroHorário: 13h30 (GST)Participantes: Luís Fernando Guedes Pinto (SOS Mata Atlântica), Gustavo Figueirôa (Instituto SOS Pantanal), Maria de Lourdes Nascimento (Rede Cerrado), Braulina Baniwa (ANMIGA), governador Renato Casagrande, do Espírito Santo.Evento 2: Brazilian Emissions: On Track to COP30?Data: Sexta-feira, 8 de dezembroHorário: 15h (GST)Participantes: Luis Fernando Guedes Pinto (diretor executivo da SOS Mata Atlântica), David Tsai (coordenador do SEEG - Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito do Observatório do Clima), Isabel Garcia Drigo (gerente de clima no Imaflora), Marcio Astrini (secretário executivo do Observatório do Clima), Brenda Brito (pesquisadora associada no Imazon), Ane Alencar (diretora científica do IPAM).Evento 3: Mata Atlântica – De Bioma Ameaçado à Solução para o ClimaData: Domingo, 10 de dezembroHorário: 18h (GST)Participantes: Malu Ribeiro (SOS Mata Atlântica), Shirley Krenak (artista, ativista e liderança indígena do Vale do Rio Doce) e DJ convidado.