O dia dos filhotes na sede

01 de February de 2024

texto: Marina Vieira

fotos: Isabela Lanute e Kelly de Marchi


Toda terça-feira, a equipe da Fundação SOS Mata Atlântica que não reside na região de Itu, onde fica a sua sede, pega uma van em São Paulo e faz o caminho até lá. No dia 23 de janeiro, porém, foi necessário solicitar um micro-ônibus para a viagem. Não por novas contratações, mas pela presença de convidados especiais: filhos, filhas, sobrinhas e primas, os ‘filhotes’ dos funcionários da Fundação.

A ideia surgiu com a equipe de Itu. Ana Paula Guido, analista financeira, comentava com Isabela Lanute, de educação ambiental, sobre os malabarismos que pais, mães e responsáveis têm que fazer nas férias escolares para encontrar pessoas com quem deixar seus filhos, assim como atividades para entreter as crianças. A dificuldade de conciliar o cuidado familiar com o trabalho não é novidade nem exclusividade da SOS Mata Atlântica, e Isabela lembrou de organizações que faziam um “dia de colônia de férias” no escritório para os filhos de funcionários.

“Achei a ideia maravilhosa, pois trabalhamos num lugar perfeito para atividades com crianças”, conta Ana Paula. A sede da fundação fica numa antiga fazenda de café, que depois virou pasto, e agora teve sua floresta recuperada pelo trabalho da ONG. É onde funciona o Centro de Experimentos Florestais, o viveiro de mudas nativas do bioma e o Espaço Educativo Snoopy e sua Turma na Mata Atlântica.

Elas começaram a consultar os colegas e todos toparam imediatamente. A adesão entre os pequenos também foi grande, que ficaram ansiosos pelo dia de conhecer o trabalho do papai, da mamãe ou da titia.

O time de educação ambiental montou uma programação completa, com direito a trilha pela área restaurada, identificando espécies icônicas da Mata Atlântica, atividades lúdicas como a reprodução de uma pegada de onça no gesso, monitoramento de água e colagem, além de, claro, pausas para o lanche ao longo do dia. Eis que, na terça escolhida...

Chuva.

O que poderia estragar os planos, na prática proporcionou novas perspectivas até para quem conduz esse tipo de atividade há anos na Fundação. É o que conta Kelly de Marchi, que coordena a área de educação ambiental e viu seu filho Vítor, de quatro anos, tomar banho de chuva e pular poças d’água “inúmeras vezes”. “Acho que todos puderam ressignificar o nosso olhar por meio das crianças. Foi um dia delicioso!”, declara.

Vítor perguntou se poderia voltar no dia seguinte, e tem contado para as pessoas sobre “A Mata Atlântica da mamãe”, que tem trilha, capivara, borboletas e abelhas, que ele só não viu pois estavam escondidas da chuva.

Já a filha de Aislan Pedro, Valentina, quis ir trabalhar todas as terças com o pai. Ela, de 9 anos, e sua irmã, Melissa, de 14, acompanharam o coordenador financeiro na visita. Aislan destaca a importância da conexão com a natureza, para que elas cresçam ativamente envolvidas na conservação dos recursos naturais.

Relato de Valentina sobre o dia, destacando os lanches gostosos e os diversos animais que encontrou.

“A participação dos filhos em nosso ambiente de trabalho pode ser, e acredito especialmente, que é benéfica, pois contribui para a formação de cidadãos de uma nova geração consciente e engajada na proteção do meio ambiente”, defende.

Ao final do dia, quando todos já voltavam para casa, foram diversas as mensagens de agradecimento e parabéns pela iniciativa, que, devido ao sucesso, deve se repetir em outros momentos.

Veja algumas fotos:

Atividade de reprodução de uma pegada de onça-parda coletada na própria sede.

Trilha dos Jequitibás.

"Abraço de muriqui".

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