Relatório Anual 2023

Atividades e balanço da Fundação SOS Mata Atlântica em 2023

“O ano de 2023 foi bastante agitado e desafiador para causa Água Limpa, a começar pela realização da Conferência da Água da ONU em março, realizada em sua sede em Nova York, após 46 anos da realização da primeira, em 1977, na Argentina. Também foi um ano de retomada dos encontros presenciais nos estados com voluntárias e voluntários do Observando os Rios, sendo também uma oportunidade de rearticulação dos grupos de monitoramento locais. Importante também destacar a realização de duas oficinas com soluções baseadas na natureza, uma de Proteção a Nascentes realizadas no município de São Sebastião da Grama com apoio da Nespresso e outra, de Jardim de chuva, realizada no parque Taboão em Itu, com Patrocínio da Ypê, que resultou em um vídeo e um manual de como executar um Jardim de chuva. Por fim, no final do ano tivemos o lançamento do edital em parceria com a Heineken para a chamada de projetos que tragam a melhoria da qualidade da água de rios da bacia hidrográfica do Rio Pinheiros.”

Gustavo Veronesi, coordenador do programa Observando os Rios

Encontros presenciais fortalecem grupos de monitoramento

O programa Observando os Rios só existe por conta dos voluntários que se dispõe, todos os meses, a coletarem amostras de água dos rios de seu entorno, para uma avaliação de percepção que depois é compilada e vira os relatórios que são divulgados na imprensa.

Hoje, são 298 pontos de coleta, feito por 250 grupos de monitoramento, que acompanham 232 corpos d'água em 125 municípios de 17 estados da Mata Atlântica, mobilizando 2.700 pessoas.

Ao longo de 2023, a equipe da causa Água Limpa da Fundação se reuniu presencialmente com grupos de monitoramento no Rio de Janeiro, Paraíba, Paraná, Bahia, Rio Grande do Norte e São Paulo, num esforço de fortalecimento e reativação de núcleos locais.

Também neste ano foi consolidada a nova metodologia para avaliar a qualidade da água dos rios na Mata Atlântica.

Quem apoia

Fazendo valer os mecanismos de gestão participativa

A Fundação SOS Mata Atlântica foi eleita para o Conselho de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, numa cadeira titular, e eleita nos Comitês de Bacias Hidrográficas do Alto e Médio Tietê Sorocaba, nas Câmara Técnicas de Planejamento e Gestão da Bacia do Rio Tietê, envolvendo seis unidades de gerenciamento, e no Fórum Paulista de Organismos de Bacias Hidrográficas.

Participamos de debates sobre aprimoramento de cobrança pelo uso da água, empreendimentos que impactem a água na bacia hidrográfica, análise de projetos enviados para o Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro), formulação de diretrizes para Educação Ambiental, podendo discutir e votar as matérias pautadas pelo Comitê, apresentar propostas, votar e ser votado para os cargos previstos.

Três décadas de ativismo pelo rio Tietê

Tudo começou com um jacaré teimoso que não queria sair das margens de um rio poluído, no meio de uma das maiores metrópoles da América Latina. A população se sensibilizou e passou a olhar para aquelas águas com vontade de cuidado.

Uma parceria entre rádios – BBC e Eldorado – levou ao ar um programa de correspondência do rio Tietê com o Tâmisa, que estava sendo despoluído na época. A população sensibilizada começou a pedir mais. Os jornalistas buscaram então uma ONG ambientalista - a SOS Mata Atlântica – para montar uma campanha exigindo a limpeza do rio.

O ano era 1991 e, antes da internet, a campanha angariou mais de um milhão de assinaturas, que foram entregues ao então governador do estado de São Paulo na histórica conferência EOC92, no Rio de Janeiro.

Ao mesmo tempo, o Sesc São Paulo fazia um chamado para que urbanistas, publicitários e ambientalistas, entre outros, reimaginassem o Tietê.

Toda essa movimentação foi o berço que deu nascimento o projeto Observando o Tietê, de ciência cidadã, que cresceu e virou o atual programa Observando os Rios. Celebramos os parceiros e parceiras envolvidos nessa história num evento comemorativo no Sesc Pompeia, em São Paulo, que reuniu mais de 100 pessoas.

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Curso Água Limpa

Iniciado em 2022, o curso, voltado a educadores, universitários e público geral, chegou à sua conclusão em 2023. Mais de 600 participantes chegaram até as etapas finais do programa, e 241 Planos de Ação foram apresentados, com soluções de Educação Ambiental; monitoramento da qualidade da água; revitalização de matas ciliares; mutirões de limpeza; oficinas sobre resíduos sólidos; entre e outras. Destes, 22 foram selecionados para receberem recursos para sua implementação.

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Bar flutuante e chamada de soluções para o rio Pinheiros

No final do ano, voltamos a atenção para outro grande rio que corta a cidade de São Paulo. Lançamos, em parceria com a HEINEKEN, um edital para a seleção de projetos demonstrativos que colaborem com a melhoria da bacia hidrográfica do rio Pinheiros e seu entorno.

edital foi lançado após a experiência bem-sucedida de um bar flutuante que a empresa instalou no rio, e cujos lucros foram todos direcionados para a SOS Mata Atlântica.

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Oficinas usam a natureza para promover adaptação climática

As populações, principalmente as que se encontram em situação de vulnerabilidade, estão sentindo cada vez mais os efeitos das mudanças climáticas. Além de ações de mitigação – como trocar fontes de energia poluentes para fontes limpas e zerar o desmatamento – é preciso investir também em ações de adaptação aos efeitos que já estão aqui.

Nesse sentido, promovemos duas oficinas com as chamadas Soluções Baseadas na Natureza, que lidam com a crise climática se apoiando nos mecanismos da natureza.

A primeira foi a oficina de recuperação de nascentes de água, realizada junto com a equipe de restauração da Fundação, na cidade de São Sebastião da Grama. Voltada para pequenos agricultores, que já enfrentam cenários de falta de água no campo, ensinou como proteger as áreas onde a água brota.

A segunda foi de implantação de um jardim de chuva, que ajuda as cidades a lidarem com chuvas extremas, tornando o solo mais permeável e evitando grandes enchentes. Esta ocorreu no parque municipal de Taboão, em Itu, com participação de estudantes da rede pública e secretaria de meio ambiente da cidade.
Veja a cartilha com o passo a passo para implantação de um jardim de chuva.

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Expediente

Relatório Anual 2023

Coordenação 
Marcelo Bolzan/Estúdio Verbo

Redação
Marina Vieira

Colaboração
Afra Balazina, Aislan Silva, Carlos Abras, Diego Igawa Martinez, Gustavo Veronesi,  Kelly De Marchi,  Luís Fernando Guedes Pinto, Marcia Hirota, Maria Luísa Ribeiro, Olavo Garrido e  Rafael Bitante Fernandes  

Pesquisa de imagens
Andrea Herrera e Marina Vieira

Projeto gráfico

Karine Costa

Revisão
Ana Cíntia Guazelli

Desenvolvimento web
Kingly Studio