Relatório Anual 2023

Atividades e balanço da Fundação SOS Mata Atlântica em 2023

Além de acompanhar a situação do bioma em nível nacional, por meio do monitoramento dos remanescentes florestais e de novos desmatamentos, a área de conhecimento da SOS Mata Atlântica busca diversificar e qualificar as informações disponíveis sobre o bioma. Os estudos são amplamente divulgados na imprensa e redes sociais, e levados para conferências internacionais, congressos científicos, espaços de incidências políticas, entre outros.

Desmatamento cai, mas ainda ameaça

A Mata Atlântica continua perdendo áreas valiosas de floresta. Segundo o Atlas de Remanescentes Florestais, elaborado em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), foi desmatada uma área equivalente a mais de 20 mil campos de futebol, entre outubro de 2021 e 2022.

A boa notícia é que isso representa uma redução de 7% em relação ao período anterior.

A tendência de queda foi confirmada pelo Sistema de Alertas de Desmatamento da Mata Atlântica (SAD Mata Atlântica), desenvolvido em parceria com o MapBiomas e a Arcplan, que utiliza lentes mais precisas e consegue detectar alterações em áreas 10 vezes menores do que o Atlas.
O Atlas da Mata Atlântica produz dados desde 1989, o que permite uma comparação a longo prazo importante para se entender o histórico do bioma. Agora, o SAD já tem um ano de análises e pode começar a fazer comparações, além de cumprir seu propósito de boletins mais frequentes, que agilizem a resposta dos órgãos públicos aos desmatamentos.

Para Luís Fernando Guedes Pinto, diretor executivo da Fundação, o Atlas da Mata Atlântica e o primeiro ano de uma análise completa com rotina do Sistema de Alertas de Desmatamento da Mata Atlântica se complementam e estão entre os principais instrumentos para apoiar o combate ao desmatamento no bioma.

Acesse o Atlas e o SAD.

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Qualidade dos rios monitorados na Mata Atlântica segue baixa

Apenas 6,9% dos rios monitorados pelos 2.700 voluntários do programa Observando os Rios têm água com qualidade boa. O diagnóstico de 2023 foi parecido com o ano anterior e aponta o quão longe estamos de uma sociedade com água limpa para todos.

Com base em coletas mensais, entre janeiro e dezembro de 2022 foram realizadas 990 análises em 160 pontos de 120 rios e corpos d'água, em 74 municípios de 16 estados da Mata Atlântica.

Na maior parte dos casos (75%) a qualidade da água estava regular. Mais de 16% dos pontos estavam com qualidade ruim e, em quase 2% deles, péssima. Entre todos os 160 pontos de coleta, em 120 rios na Mata Atlântica, não foram encontrados parâmetros de qualidade ótima.

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E a mancha de poluição no rio Tietê quase dobra em dois anos

O rio que deu origem ao programa Observando os Rios teve aumento em dois indicativos contraditórios: a mancha de poluição aumentou cerca de 30%, atingindo 160 quilômetros de extensão, mas a porção com qualidade boa também cresceu, passando de 60 para 119 quilômetros em 2022.

A maior parte do trecho monitorado se mantém em condição regular, sinalizando uma situação geral estável no maior rio paulista.

Veja o relatório completo.

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Temos muito mais UCs municipais na Mata Atlântica do que sabíamos

A equipe de áreas protegidas fez um levantamento extenso e encontrou um dado surpreendente: há mais 1,5 mil unidades de conservação municipais na Mata Atlântica, quatro vezes mais do que o número registrado no Cadastro Nacional de Unidades de Conservação.

Combinadas, essas unidades somam uma área de 5,2 milhões de hectares, mostrando que essa categoria deve ser considerada na hora de se formular políticas públicas para a conservação do bioma.

Navegue pelos dados aqui.

Soja também desmata a Mata Atlântica

Um novo levantamento foi capaz de quantificar, pela primeira vez, o papel da produção de soja no desmatamento da Mata Atlântica. Dados da iniciativa Trase, que traz rastreabilidade e transparência às cadeias de fornecimento das principais commodities agropecuárias associadas ao desmatamento, apontou em seu último relatório, divulgado em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, que em 2020 havia 22.338 hectares de soja na Mata Atlântica em áreas que foram desmatadas entre 2015 e 2019.

O estudo mostrou ainda que quase metade dessa soja (46%) foi exportada para a China, enquanto 44% foram consumidas no mercado brasileiro – com o envolvimento de diversas traders, muitas delas com compromisso de desmatamento zero em suas cadeias produtivas.

Veja o artigo que publicamos no Valor Econômico sobre o assunto.

Expediente

Relatório Anual 2023

Coordenação 
Marcelo Bolzan/Estúdio Verbo

Redação
Marina Vieira

Colaboração
Afra Balazina, Aislan Silva, Carlos Abras, Diego Igawa Martinez, Gustavo Veronesi,  Kelly De Marchi,  Luís Fernando Guedes Pinto, Marcia Hirota, Maria Luísa Ribeiro, Olavo Garrido e  Rafael Bitante Fernandes  

Pesquisa de imagens
Andrea Herrera e Marina Vieira

Projeto gráfico

Karine Costa

Revisão
Ana Cíntia Guazelli

Desenvolvimento web
Kingly Studio