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Atividades e balanço da Fundação SOS Mata Atlântica em 2023
As ameaças à proteção da Mata Atlântica, a tese do Marco Temporal, que fere os direitos indígenas, a tentativa de flexibilização do licenciamento ambiental e diversas outras pautas antiambientais que circulavam pelo Poder Legislativo, em junho, fizeram com que milhares de pessoas fossem às ruas nas capitais de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina e no Distrito Federal. Sob o guarda-chuva de que ‘políticas ambientais ficam’, a sociedade civil juntou sua voz a organizações que já vinham se posicionando contra tais retrocessos.
A equipe da SOS Mata Atlântica marcou presença nos atos em São
Paulo e Brasília.
Também fizemos projeções nos icônicos prédios do Congresso Nacional, em defesa
da Mata Atlântica, e na capital paulista, pedindo o veto do presidente Lula às
emendas prejudicais ao bioma.
A SOS Mata Atlântica tem um relacionamento já bem estabelecido com a imprensa brasileira, que nos reconhece como uma fonte confiável de informações sobre a Mata Atlântica. Mas o ano de 2023 foi especial. Foram mais de sete mil citações em matérias de rádio, TV, impressos e portais digitais de veículos nacionais: quase o dobro em relação ao ano anterior. Entre elas, matérias em veículos de grande destaque, como Jornal Nacional, em sete edições diferentes; Jornal Hoje; Jornal da Globo e rádio CBN; e 11 artigos assinados nos jornais O Estado de S. Paulo, Valor Econômico e Folha de S. Paulo, e nos veículos especializados Congresso em Foco, Um Só Planeta e O Eco.
As pautas que mais repercutiram foram as de desmatamento do bioma. Foram mais de 1.100 notícias usando os dados do Sistema de Alertas de Desmatamento, o que cumpre o objetivo do SAD, criado para ser uma ferramenta ágil, que impulsione respostas rápidas ao que acontece no chão. A complementaridade entre o relatório anual do Atlas da Mata Atlântica, importantíssimo para entender o desmatamento historicamente, com os dados recentes do SAD, também teve boa inserção na imprensa, com mais de 650 citações.
Os dados de monitoramento da qualidade da água dos rios da Mata Atlântica, lançados em março, e da água no rio Tietê, lançados em setembro, foram o segundo assunto mais comentado, com 300 e 350 citações, respectivamente. Tiveram destaque, ainda, a MP1150 e a Conferência do Clima, em Dubai.
Houve, também, aumento das inserções na mídia internacional, de 23, em 2022, para 100, em 2023.Um destaque do ano foi nossa campanha contra a MP1150 e sobre a importância da Lei da Mata Atlântica. Foram 309 publicações sobre o assunto nas redes sociais da Fundação (Instagram, Facebook, Twitter, LinkedIn, TikTok e YouTube), que impactaram 4.574.681 pessoas em 2023.
Em dezembro, colocamos no ar o novo portal da Fundação, que,
além de estar de cara nova, consegue se adequar a diferentes dispositivos, como
a tela do computador ou à do celular, para que o público consiga acessar
facilmente todo conteúdo disponibilizado sobre o bioma Mata Atlântica.
Estivemos entre os três melhores perfis de meio ambiente do Brasil em 2023, segundo o prêmio iBest, e recebemos homenagem no TikTok Awards 2023, na categoria #TikTokForGood. A plataforma de vídeos rápidos contabiliza mais de 80 milhões de usuários no país.
As premiações mostram que o investimento em novos canais de
comunicação, com a finalidade de sensibilizar novos públicos para a defesa da
Mata Atlântica, tem valido a pena.
O símbolo na logomarca da Fundação veio de nossa primeira campanha. “Estão tirando o verde da nossa terra”, dizia o texto. Na imagem, o verde da bandeira do Brasil ia sumindo. Mais de 30 anos depois, o desmatamento ainda ameaça este bioma que não pode perder mais um metro quadrado de floresta. Mais do que preservar o que restou, tornou-se igualmente urgente recuperar parte do que foi perdido.
Por isso, no Viva a Mata de 2023, evento tradicional realizado em maio, ressignificamos a nossa bandeira – da Fundação e do Brasil – com um olhar para o futuro, entendendo que a floresta em pé não beneficia só as pessoas deste país, como colabora para o desafio global das mudanças climáticas.
Sob o lema ‘Devolver o verde para o planeta. Essa é a nossa
bandeira’, promovemos eventos em sete parques e uma terra indígena, em São
Paulo e Itu, com a participação de centenas de pessoas e doação 250 mudas de
árvores nativas.
Na solenidade, homenageamos Shirley Krenak, liderança indígena de Minas Gerais; Raull Santiago, ativista e criador de conteúdo do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro; o Projeto Desengarrafando Mentes, que faz parte do programa Observando os Rios e ajudou famílias vítimas do evento climático extremo no litoral norte de São Paulo; e o pesquisador autodidata Elton Leme, um desembargador que descobriu cerca de 600 espécies de bromélia ao longo da vida.
De diversas formas, com diversas vozes, celebramos o Dia da
Mata Atlântica e o bioma que é casa de tanta gente.
Seguindo nosso propósito de engajar novos públicos na defesa da Mata Atlântica, estivemos presentes em dois festivais de música, levando informações sobre o bioma onde vive a maior parte da população brasileira. O primeiro foi o Festival Turá, que aconteceu em São Paulo, no Parque Ibirapuera, nos dias 24 e 25 de junho. Tocaram nele Jorge Ben Jor, Zeca Pagodinho, Pitty e Marcelo D2, Gilberto Gil e família, entre outros artistas.
E em outubro, nos dias 7 e 8, fomos convidados a participar da primeira edição do Vozes do Amanhã, festival sediado no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. A programação contou com as vozes de Maria Bethânia, Criolo, Silva, Leci Brandão e Tulipa Ruiz, numa junção de novas e velhas gerações da música.
Levamos a esses festivais materiais sobre o bioma, para que as pessoas pudessem se reconhecer parte dele, além de brincadeiras que premiavam os vencedores com camisetas da SOS Mata Atlântica, copos reutilizáveis e adesivos com mensagens de defesa da natureza.